sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A sexualidade em portadores de SD

Os casos de gravidez em portadoras de Síndrome de Down são raros, mas quando acontece, levanta polêmica. Isso porque, em geral, os portadores da doença não tem a mentalidade evoluída o suficiente para criar um filho, e este acaba aos cuidados dos avós.
Muitas vezes há brigas na justiça pela guarda e, embora o deficiente não tenha a consciência do esforço para cuidar de outro ser, ele luta pela criança. “Elas pensam que uma criança é como se fosse uma boneca. Elas cuidam com carinho, mas não entendem que a criança tem necessidades e, portanto, não consegue atendê-las”, diz o advogado Luiz de Paula, 36 anos. Se o portador consegue ou não a guarda varia de acordo com a condição do deficiente.
Por esse motivo, pais de portadores da doença evitam que estes tenham contato com o sexo oposto, para evitar problemas futuros. Contudo, se perceber que não há como evitar, eles recorrem a métodos anticoncepcionais. “A maioria prefere a injeção para ter o controle do dia que pode não engravidar”, afirma o médico ginecologista Vicente José Restanho, 40 anos.
Segundo ele, as famílias procuram não falar muito sobre o assunto com seus filhos portadores, pois têm medo de incentivá-los a iniciar a sua vida sexual. A maior preocupação é evitar problemas futuros.
O médico ainda diz que as pacientes portadoras que atendeu nunca demonstraram interesse em ter filhos. Ele diz que a sexualidade dos portadores, quanto ao seu desenvolvimento, pode ser equiparada a de uma pessoa normal, a diferença é que eles não têm consciência do que sentem.
Essa ingenuidade tem como conseqüência o interesse dos pais em esterilizar seus filhos portadores, a fim de levar a zero a possibilidade de gravidez, que já são poucas, se comparado às pessoas normais. Dos quatro pais entrevistados, três admitem já ter pensado em esterilização, embora concordem que ninguém tem o direito de privar uma pessoa, independente de sua natureza, de ter relacionamentos e filhos.

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